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POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

Foto: urten.com.br

 

ADAN ZAGAJEWSKI
(Polônia)

 

Lwówm 1945. 
Poeta, ensaista, tradutor e prosador.
Sua obra poética inclui Kamunikat (1972), Sklepy miesne
(1975), List. Oda do wielosci (1983), Powrót (2003) e Anteny (2005).

POESIA SEMPRE. Ano 15 Número 30 2008. Polônia. Editor Marco Lucchesi. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008. 178 p. No. 10 381
Exemplar da biblioteca de ANTONIO MIRANDA

 

Derrota

De fato conseguimos viver nas derrotas.
As amizades aprofundam-se
o amor esperto ergue a cabeça.
Até as coisas se tornam limpas.
As andorinhas brincam no ar
instaladas sobre o abismo.
As folhas dos álamos tremulam.
As aparições escuras do inimigo projetam-se
contra a base brilhante da esperança. A coragem
cresce. Eles, dizemos deles, nós, de nós,
tu, de mim. O chá amigo agrada
como uma profecia bíblica. Tomara que
a vitória não nos surpreenda.

Tradução de ALEKSANDAR JOVANOVIC (Céu vazio;63 poetas eslavos.
São Paulo Hucitec,1996)



Eliade

Romênia, melancolia, longos passeios
a pé ou de canoa (a tempestade no Danúbio
podia terminar em tragédia),
depois a viagem à Índia, Lisboa, Londres,
afinal Paris —rue Vaneau — e Chicago.
Quis ser como Buda ou Sócrates —
tirar-nos dos porões da História.
Centelha dos deuses — conjurava, — ensina-me o riso da alegria!
Centelha dos deuses, põe de pé os refugiados abatidos
da Moldávia, para que dancem, para que esqueçam
as casas arruinadas, a enchente, os túmulos.
Judeus, não tenhais medo das perseguições,
espera-vos um momento de êxtase, a felicidade.
Centelha de deuses, livra-nos da tirania trivial
dos Neros, dos Tibérios modernos.
ar, abre as comportas da magia.
Porém até os objetos diminutos — alfinetes
correias, pentes — conhecem o sabor da eternidade.
Pois os arqueólogos não os encontram
na poeira e no barro onde repousam em paz,
como se fossem sonhados pelos grandes pintores?
Pensionistas deste século, não sabeis
que por toda parte há lumes de alegria,
que os bons espíritos nos seguem na ponta dos pés,
e que seus corações invisíveis batem levemente
como pequenos martelos numa ária de Mozart?
O historiador da religião — escreveu sobre ele Cioran —
não sabe rezar.
A salvação é uma onda alta, cega, batendo
em costa de areia, se houver costa, oceano
nuvem negra ou lua, governadora do céu.
Os demônios da Europa do Leste, que eram sua paixão,
vieram ao seu funeral no cemitério americano
e riram inaudíveis, admirados.

Tradução de HENRIK SIEWIERSKI e JOSÉ SANTIAGO NAUD (Com pequenas
modificações;
Aproximações, Brasília/Lisboa/Cracóvia, n.3, 1989.)


 

 

 
 
 
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